Tuesday, October 09, 2007

A pele fria dos peixes cegos














A pele fria dos peixes cegos
Das águas profundas.
As escamas de tua pele,
Erupções de um solo ansioso,
Teu pé que coça fingindo de coração.
Cada bater de teus cílios o código
Que um dia vislumbrei desvelar
E não devia.
Tua nudez inescapável
Em cada tua fala e movimento,
O timbre único, tua voz ao telefone,
E no fundo no fundo, ao fundo do que falas,
Há sempre esta festa dos balões e de quem sabe
Nao precisar dormir o sono
apenas necessário.
.....
Te cheirar parece mixirica.
Te beijar parece rede vermelha no terraço,
Te amar nem parece: é todas as consonâncias
E as vogais que emaranhas neste teu tão raro gozo.