E teu corpo rangia
como nau que adernava
a circundar o trópico.
E teu corpo cedia
ao imoderado vento
a soprar tua pele como
teu duros cabelos me tocavam
a raspar de mim tanto verniz de tempo.
Quantos de mim não foram
tragados felizes em tua voragem
e todos estes eus eram sempre sempre apenas um,
diversos tantos quanto diversas fostes
até o extremo dos desejos vários.
Quantos de nós estremecemos
nos ritos de corpos e rangemos
e molhamos tudo que os olhos vertem
e sempre, e ainda, sentem.
Zé Eduardo
10/07/2007
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