Estas coisas que o tempo não disfarça, ou engana.
Estas marcas que nada pode lavar,
nada que se conheça ou venha a ser descoberto,
sofás tintos de vinhos tornados prováveis
onde você escorre desabaladamente.
Bancos de praças nos quais me deito mirando
estrelas que remetem sempre a tuas doces constelações,
selvageria de gritos, esta baderna amorosa
que resolvi contra tudo e tanto querer,
mulher dos circos, abacadabra, truques da simplicidade extrema
a que resolvemos nos resumir.
Saturday, February 23, 2008
Friday, February 22, 2008
Y revisitada
Tuesday, February 19, 2008
Neva muito no Líbano
Neva muito hoje no Líbano.
Sempre pareceu a nós praias ensolaradas
E cidades bombardeadas pela insanidade
De um mundo que escolheu – erroneamente –
o poder do estado sobre nós seres pequenos,
amorosos, herdeiros infelizes da ditadura do indivíduo,
revoluções de uma longínqua e enganada Europa.
O indivíduo, esta entidade melhor inexistente,
focilando nos shopping centers
onde se decide a ruptura dos tecidos das almas,
o desastre, os massacres, a plastificação das águas,
gota nenhuma a sobrar das torneiras e das fontes,
nada que mate mais a sede de uma sede que não sabe o que lhe falta,
esta rotina de desejo e frustração, estes dejetos,
estes escombros de onde hoje neva e no verão
há o sol com medo dos mísseis,
há a terra arrasada de onde veio minha mulher
e todos os seus filhos e netos a esperar que um dia
tudo se reconstrua, algo sobreviva à precariedade
de filósofos que ingenuamente pensaram inaugurar
a civilização que um dia julgaram ser essencial,
nossa condenação ao descaso e ao desdenho,
a tumba mesma de onde nossas vozes, oprimidas,
jamais deixarão de gritar.
Zé Eduardo,
10/2/2008
Sempre pareceu a nós praias ensolaradas
E cidades bombardeadas pela insanidade
De um mundo que escolheu – erroneamente –
o poder do estado sobre nós seres pequenos,
amorosos, herdeiros infelizes da ditadura do indivíduo,
revoluções de uma longínqua e enganada Europa.
O indivíduo, esta entidade melhor inexistente,
focilando nos shopping centers
onde se decide a ruptura dos tecidos das almas,
o desastre, os massacres, a plastificação das águas,
gota nenhuma a sobrar das torneiras e das fontes,
nada que mate mais a sede de uma sede que não sabe o que lhe falta,
esta rotina de desejo e frustração, estes dejetos,
estes escombros de onde hoje neva e no verão
há o sol com medo dos mísseis,
há a terra arrasada de onde veio minha mulher
e todos os seus filhos e netos a esperar que um dia
tudo se reconstrua, algo sobreviva à precariedade
de filósofos que ingenuamente pensaram inaugurar
a civilização que um dia julgaram ser essencial,
nossa condenação ao descaso e ao desdenho,
a tumba mesma de onde nossas vozes, oprimidas,
jamais deixarão de gritar.
Zé Eduardo,
10/2/2008
Sunday, February 10, 2008
Barcelona
Eu não sei quanto de Mediterrâneo
Se enxerga deste ibérico delírio.
Eu só sei que no meio do caminho,
Quando me encontrava numa selva escura,
A alva tua figura pressenti
E o canto que Colombo não pôde entoar
De seu pedestal sobre as águas
Eu o cantei todo, e mais, e além, e muito.
10/02/2008
Se enxerga deste ibérico delírio.
Eu só sei que no meio do caminho,
Quando me encontrava numa selva escura,
A alva tua figura pressenti
E o canto que Colombo não pôde entoar
De seu pedestal sobre as águas
Eu o cantei todo, e mais, e além, e muito.
10/02/2008
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