Monday, April 02, 2012

Agora que o tempo,
Ainda que ainda suspenso,
Começa a ditar esta simultânea marcha
de nossas vidas ambas;
Agora que adivinhamos
A hora vizinha de vivermos juntos,
Se juntam dentro de mim
as palavras todas que eu sempre quero tanto te dizer:
Janela, beiral, terra, chão batido, goiabeira,
pés descalços dedos teus pisando o quintal onde moram os desejos,
Pomar, frutas, tua rubra intimidade, sementes a plantar em teu regaço,
Espaço meu recôndito onde habito,
Teu olhar amplo para o céu ,
as mãos compridas compondo redondilhas,
Embrulhando com barbante tuas cantigas a enviar para mim pelos correios,
Tuas palavras que atravessam distancias toda noite,
A sonoridade inaudita de tuas vontades,
Caprichos de menina, conspícuos olhos de mulher,
Vem me banhar com tuas águas mornas,
Vem deitar teu esguio corpo junto ao meu,
Vem me ouvir falar em teu ouvido que te amo.

SP 28.3.2012

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