Sunday, May 30, 2010

Dor

Meu corpo ainda dói todas as manhãs,
e me levanto vestindo chinelos
e tateio sempre o caminho das relíquias pisoteadas.
Sincopadamente a vida prossegue
no tango de becos abandonados onde as sombras dançam
neste alheamento dos dias que são sempre quartas-feiras,
terças-feiras, oitavas dedilhadas em teclado que a morte desafinou.
Eu respiro você a cada manhã e a cada respirar,
fumaça espiralando conjeturas,
tudo que nunca mais vai ser,
tudo que eu queria que um dia ainda fosse.

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