Thursday, November 29, 2007

Para Raquel

Os tons de tua pele, as matizes muitas de teus cabelos ruços
e de teus sempre poucos adereços
Fazem um arco-íris que termina sempre em um pote de ouro.
Não o das compras, trocas, transações, mas o dos alquimistas,
O estado último das coisas, a eterna transformação, sol que nunca mais será o mesmo
Ainda que assim pareça todo dia num azul profundo de uma cidade
no topo de algum mundo
E aqueça muito além da epiderme.
O ouro negro da tua fonte
Onde tudo há de se beber.
(Os ouros outros das tuas magias
Das quais o mundo se aproveita
Para nascer o alimento de toda manhã.)
Radiância da tua voz ressoando ao telefone,
Tudo em você tem cor.
Pálida musa, versos do cantar eterno,
Tu vens sempre nesta encontrar de plenitudes,
Estrela que me faz cantar.
Todo tempo tu te reinauguras e me reinaugura,
E prever-te nunca há como.
E é assim, amor meu de toda uma vida,
Que registras o teu brilho
E esmaeces em abandono
Até que nos resgatemos e tudo mais uma vez
Vire poema.

29.11.2007

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