Estas sementes deitadas em nossos lençóis,
estes dias em que tudo começou para não mais terminar,
o que brotou, floresceu, morreu, tornou a brotar de novo,
neste doce contínuo de teu ser,
esta trégua que tu impões ao tempo,
o ritmo desta determinada marcha
da seiva com que tu cobres estas nossas vidas de nós inesgotáveis,
os espelhos que tu crias na colheita do orvalho em tuas folhas,
a noite de pirilampos que tu acendes
para que trilhem iluminadas nossas histórias todas,
caules, troncos rodando rio abaixo,
pétalas que olham das margens de soslaio, coradas de seus recatos,
eu te abraço, te beijo, te amo e te fecundo,
as nuvens se desmancham sobre o solo,
e nossa paixão são os frutos verdes, os frutos maduros, os frutos serenos, o que haverá de dar a comer a quem irá plantar
neste eterno polinizar do mundo.
Salvador, 21 de fevereiro de 2012
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