Não me deixes te contar meus sonhos.
Eles são eu mas, sobretudo, um outro
cujas faces quedam entrevistas
eternamente a deslindar as máscaras,
a escandir todas sempre a questão mesma:
sou eu este ou sou um outro?
Que olhos vertem lágrimas quais santos nos milagres,
sentimentos de pedra nascituros?
Que olhos jamais choram,
seco taquaral de moscas a zumbir no sonolento fim de tarde?
.........
O vento varre pedras e taqüaras,
e seu percorrer tece canções.
Meus ouvidos nem mais ouvem,
de atentos tanto à melodia.
Espiralo, rodopio, giro a valsa universal.
Eu e os outros são todos irmãos que, juntos, comungam.
Há em tudo uma música maior.
Amen.
zé eduardo
bsb, 2/5/2007
No comments:
Post a Comment