Monday, March 05, 2007
Apelo
Antes que me digas com teu olhar de dor
que o horizonte tarda enquanto a noite avança em teus sentidos,
antes que me digas com teus lábios trêmulos
que em mim tu não mais te reconheces
e que todo gesto seria agora um acenar de tempos vãos,
antes que me digas com tua voz partida
que em teu ventre tu não mais me acolherás
e que a dor de tanta ausência tu a viverás em teu silêncio,
antes que me digas, alma dilacerada,
que nunca mais partilharemos nossos sonhos,
nossas febres, nossas peles uma em outra benfazejas,
as tristezas dos dias, o riso das noites, o encanto de todas as horas,
antes que me digas, com tua pele crispada,
que não é possível, que o tempo se esgotou nas madrugadas
em que sozinha mergulhastes teus cabelos de minhas mãos ausentes
no teu leito de mim desabitado,
antes que me digas que não mais te saberás minha
deixe eu te dizer quanto te amo.
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E que seja o amor simplesmente de amar, aquele que se quer bem e nada mais.
ReplyDeletePois o que virá depois, já se sabe. E cada um irá para sua parte.
Mas o amor há de continuar, do jeito que começou irá terminar.
Não dou a mínima para poesia, mas sempre é bom brincar.
Forte o texto, da vontade de chorar.
Felicidades!
bem, zemix e samambaia, vou tentar também. e com suas palavras.
ReplyDeleteteu silêncio,
o riso das noites,
tempos vãos.
não mais te reconheces
aquarela ou lápis?
ReplyDeletelapis e pastel sobre papel
ReplyDeletelapis e pastel sobre papel
ReplyDeleteA dor da separação, a dor de findar o que parecia eterno. Conseguistes descrever o indescritível.
ReplyDelete...tempo, tempo, sr. Tempo!