Friday, March 16, 2007
A Mulher na Distância
Quando teus pelos, eriçados, se enrijecem
Quando atiras teus espinhos em minha carne inesgotável
Quando tua voz crispada toca ouvidos machucados
Eu penso em tua dor tanta
Nos noturnos animais que invadem teu repouso
Eu penso meu Deus de que grota escura brota a água amarga
Que nunca nenhuma sede saciará
Eu penso oh Deus porque minhas mãos não puderam te tocar
E meus olhos apenas viram o que luzia
Sem iluminar o negrume atrás de tuas retinas
E eu sinto esta tristeza de velório
Velas queimando ao lado do corpo, morto e insepulto
E que se extinguirão bem depois
Que o primeiro punhado de terra
Anunciar o doce silêncio do sepulcro.
Eu penso em teu imenso ser crepuscular
Deitado em um horizonte onde um sol estático
Teima para que a noite jamais chegue.
(zé eduardo)
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os ósculos e amplexos agradeem...
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