Calma
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Bate em mim uma calma,
mas nada a prenunciar uma borrasca.
A calma, mesmo, esta lassidão enfim conquistada.
A confortante sensação de que sofrer vale a pena
quandos se sofre direito.
Eu não cresço:
se alguma coisa, em minha idade, encolho.
Me substancio e, ainda que cansado,
agradeço todas as manhãs trilhar o que a vida me
deixa.
Eu não ergo as mãos para o céu:
ele está em cima, abaixo, me cobre e me tangencia.
Pode ser que eu esteja orando.
12.4.2013
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