Acreditava
eu cego estar trilhando surrados caminhos deste mundo,
apoiado
em castão de duro metal,
segura
empunhadura para aquele que tateia
a
ausência de tudo.
Em
verdade eu em tudo acreditava para não crer em verdade em nada,
protegido
em confortável bruma até o fim provável de meus dias.
Sem
querer ser acordado a contragosto despertei,
e
a agressiva luz do dia machucava minhas retinas
e
durante anos eu estremunhei
até
que meus olhos abriram e perceberam sua presença.
Hoje
deliberadamente eu quero
que
seus cabelos loiros toldem minha visão,
porque
assim eu posso cheirar o mundo que agora enxergo.
19.1.2014
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