A água ferve na caneca
e o vapor contracena na
janela com o frio.
O inverno silencia a
rua e a calçada,
buzinas adormecem nas
garagens,
uma bruma opaca tolda
tudo.
Em algum lugar faz sol
e a alternância do
tempo apenas prova
que habitamos todos por
enquanto esta esfera de prodígios.
Em algum lugar o calor
despe corpos que, lassos,
refluem do afazer doce
do amor.
E, neste fim de tarde
entorpecente,
contemplo as estrelas
que não vejo no céu baço
e abençoo esta
temperatura mansa
que em qualquer estação
você me traz.
No comments:
Post a Comment