O silêncio interior,
pássaros que cantam nas horas improváveis,
dores em órgaos imaginários, noites de tormenta em zona crepuscular e baça,
o aguçamento de sentidos interiores,
um coração a insistir
como aldravas de portas
atrás das quais não há mais nada.
Torpor de insones noites
recortadas em cores perdidas
de perdida iluminura,
sutis contornos de ineludível concretude,
madrugada que escorre entre os dedos,
impiedosa e bruta clepsidra.
Torno a vagar e, vago,
e incerto, e a meias,
tateio as paredes de um labirinto,
nem aqui, nem ali, em infinito alhures.
Não sou mais eu que cá estou,
abandonei-me de mim,
casco de barco de viagens vencidas,
e enfim me ponho a caminhar.
São Paulo, 30/3/2014
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