Agora sim, o céu despenca imoderamente, num período em que deveríamos colocar toalhas molhadas nas guardas das camas para nos protegermos contra a seca. Ou as gotas caem em tamanho desmesurado ou chove granizo, o que seria difícil acreditar, mas minha tentativa de verificação resultou em um braço ensopado assim que abri a porta do terraço do meu quarto. Sunt lacrimae rerum. E como.
E dói hoje, o tempo. E martela, insiste, como entidade que não quer ser roubada nem em um segundo e afirma seu poder sobre mim. E doem lembranças, rememorações, reminiscências, um passado vivo como ave que se esquarteja como pássado na vidraça em tentativa de auto-contemplação.
Melhor assim, com a tempestade. Como afirmação e secretária dos prenúncios. Rabixo de lagartixa que se remexe mesmo depois e além da lagartixa, assim são as lembranças, além de nossa vontade de decidir se as queremos ou não.
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