Wednesday, September 27, 2006

Poema de aniversário

Nada tão estranho
que a solidão não saiba.
Nada de novo, e as paredes revestidas
de um tempo
em si mesmo antigo.
Nada, nada, nada,
ninguém nem ao longe do abraço,
terno corpo, desfeita matéria,
rotos entretecidos de peculiar costura,
tudo que você nega e quer e abraça em sonhos,
tudo o que eu sou e tento me negar
para que você não mais me queira,
tanto esconderijo, figa e tijolo,
escorpiões, precária arena,
lenta morte, dor, juntas da alma,
e eu nem nunca sei porque te quero tanto.

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